Não se pode falar em TCA , sem se falar de Vinho , então como prometido aqui fica ...
Vinho com defeitos
O TCA, abreviatura de 2,4,6- Tricloroanisole, é uma substância química encontrada em produtos alimentares e líquidos. Quando contaminados com TCA, os vinhos apresentam um gosto de cartão húmido e mofo.
Para além do TCA, a alteração do gosto do vinho pode ter outras origens, como, por exemplo
- · Oxidação - a absorção de oxigénio pelo vinho em quantidades que provocam a deterioração da sua estrutura e qualidade, um aroma característico a caramelo e, por vezes, uma tonalidade acastanhada.
- Sulfato de hidrogénio - poderá resultar num cheiro a lembrar ovos podres (odores redutores). A causa reside maioritariamente em problemas de produção ou em controlo de qualidade deficiente.
· Acidez volátil - um cheiro característico a vinagre, que poderá estar relacionado com uma infecção bacteriana
O vinho poderá ainda apresentar outros odores associados a queijo, bolor, terra, cebolas podres e gerânios. Estes problemas resultam de reacções químicas, motivadas por fermentação insuficiente nas pipas, contaminação dos cascos ou manuseamento indevido durante a produção.
É comum associar as rolhas de cortiça ao estado bolorento TCA – razão da expressão erradamente aplicada "sabor a rolha" , mas a contaminação com TCA poderá ter várias origens. Desde os anos 80, tem vindo a ser detectado TCA em vários produtos: água mineral engarrafada, garrafas de vinhos com cápsulas de rosca, latas de refrigerantes, produtos alimentares embalados e até uvas passas.
"Hoje é amplamente aceite que o bolor pode ter origem em muitas outras fontes, que não apenas as rolhas de cortiça..." - Wine & Spirit Association (Reino Unido),
O TCA e as rolhas de cortiça natural
Estudos de detecção de TCA
· Análise SPME-GC/MS de TCA
Este projecto de investigação aplicada, uma iniciativa do Conselho de Qualidade da Cortiça, está a desenvolver "meios fiáveis e comercialmente viáveis, com o objectivo de melhorar a detecção e avaliação de TCA em lotes de cortiça". Durante a primeira fase da investigação foram identificadas novas ferramentas analíticas para substituir o actual método sensorial por um processo químico. Os investigadores afirmaram que "o objectivo era desenvolver um teste qualitativo e não-destrutivo, possibilitando, simultaneamente, uma melhoria no nível de sensibilidade e fiabilidade".
A segunda fase exigiu uma investigação sobre os mecanismos de impregnação da cortiça - a simulação laboratorial das condições das rolhas de cortiça em garrafas de vinho. Foi necessária informação sobre a dinâmica de transferência do TCA para perceber quais as condições necessárias a uma análise representativa.
A terceira fase teve por fim determinar a fiabilidade do TCA (medido em impregnações de cortiça) como indicador de TCA em vinho engarrafado.
A quarta fase, actualmente em execução, procura aplicar a metodologia laboratorial a uma ferramenta de controlo de qualidade comercialmente viável.
Para informações mais detalhadas sobre a análise SPME-GC/MS de TCA, visite o Conselho de Qualidade da Cortiça:
Estudos recentes sobre rolhas de cortiça
· Estudo da Wine & Spirit Association (CCFRA)
Dos vinhos tidos como contaminados pelos provadores, apenas um terço obteve confirmação por análises laboratoriais realizadas por organismos especializados independentes. Do total de 5.735 garrafas testadas, foi detectada a presença de TCA em 0,6%. A oxidação demonstrou ser um problema com maior incidência, registando uma taxa de 1%.
Após a apresentação dos resultados preliminares sobre as causas e a frequência de vinho contaminado, que decorreu na London International Wine & Spirit Trade Fair, em Maio de 2001, as empresas participantes reuniram-se em Julho nas instalações da WSA para avançar para uma segunda fase da investigação, que deverá aumentar a dimensão da amostra para 15.000 garrafas. Os resultados da segunda fase do estudo serão divulgados no início de 2002.
· Testes às rolhas para garrafas de vinho (The Australian Wine Research Institute , AWRI)
Projectos de investigação da APCOR em 2002
Esforços desenvolvidos pela indústria corticeira
O Projecto Quercus
Este projecto foi organizado em três fases:
· Análise bibliográfica, visando complementar os dados existentes no que diz respeito, essencialmente, ao desenvolvimento de técnicas e métodos analíticos existentes,
· Identificação do "sabor a rolha" e apuramento dos métodos de análise laboratorial,
· Estudo industrial sobre o controlo do processo produtivo, recorrendo a métodos analíticos aperfeiçoados na sequência de experiências inter-laboratoriais.
Do Projecto Quercus resultaram duas grandes recomendações:
· elaborar um código das boas práticas de produção de rolhas e sua utilização como vedante,
· preparar e completar métodos analíticos que preencham os requisitos das directivas dos laboratórios europeus (ISO, CEN, etc.) e auxiliar na normalização das práticas de trabalho
Na sequência dos resultados do Projecto Quercus, foi editado, promovido e implementado o Código Internacional das Práticas Rolheiras. Este código, fortemente promovido pela APCOR e pela Confederação Europeia de Cortiça C.E. Liège, descreve e estabelece os procedimentos produtivos para a indústria corticeira, deixando subjacente uma mensagem importante para todos os produtores: mantenham a cortiça limpa, longe de quaisquer fontes de contaminação.
O Código Internacional das Práticas Rolheiras
Uma das principais preocupações da Indústria Portuguesa da Cortiça é garantir a qualidade em todas as fases de produção. O Código Internacional das Práticas Rolheiras deu uma grande contribuição neste sentido.
Este código foi criado com o intuito de implementar normas de controlo de qualidade ao longo de todo o processo produtivo, garantindo aos produtores e engarrafadores de vinho um produto livre de contaminações e com controlo absoluto de qualidade.
O código define as práticas correctas a serem adoptadas:
1. nas florestas de cortiça
2. durante o processo produtivo
- no transporte das rolhas
O sistema de acreditação arrancou em 2000 com a certificação de 167 empresas da indústria corticeira em todo o mundo, 87 das quais instaladas
Em Portugal
Face à entusiástica adesão da indústria, a C.E.Liège deu início a uma segunda fase de certificação em 2001. Durante esta nova fase, foram certificadas com sucesso 138 empresas portuguesas, um acréscimo de 51 empresas relativamente a 2000.
A certificação SYSTECODE
As empresas deverão recandidatar-se à certificação anualmente, garantindo-se assim a manutenção das práticas preconizadas pelo código.
Impedir a contaminação do vinho por TCA
Durante a produção e engarrafamento de vinho, o TCA poderá estar presente a diferentes níveis. Poderá existir nas caves em que o vinho é armazenado; em garrafas mal lavadas; em equipamento de madeira ou nos próprios contentores de transporte. Apenas estendendo o empenho nas melhores práticas a todas as áreas da produção. será possível obter um vinho 100% livre de TCA.
Garantia de qualidade da cortiça natural
A produção de rolhas de cortiça é um processo complexo, que exige controlo de qualidade nas diversas fases de produção. A garantia de qualidade na fabricação de rolhas de cortiça tem como principais objectivos:
· obter uma funcionalidade adequada da rolha de cortiça como vedante para vinho ou bebidas espirituosas
· a inocuidade da rolha de cortiça
· a eficiência dos processos produtivos
Os produtos acabados são sujeitos a testes laboratoriais nas seguintes áreas:
· Análise visual
· Controlo do teor de humidade
· Dimensões físicas (comprimento, diâmetro)
· Controlo de oxidante residual
· Análise microbiológica
· Capilaridade
· Capacidade de vedação
· Elasticidade/Recuperabilidade dimensional
· Força de extracção das rolhas de cortiça
. Análise sensorial
São estes os testes fundamentais que complementam as normas internas de todas as adegas, e que visam o cumprimento de requisitos técnicos cada vez mais rigorosos.
Ser fabricante de produtos de qualidade com preço competitivo requer uma implementação criteriosa dos factores chave da indústria portuguesa da cortiça, nomeadamente:
· o cumprimento das especificações técnicas
· o cumprimento das exigências contratuais
· a redução dos custos de produçã
· a melhoria contínua dos recursos humanos e tecnológicos
A Amorim & Irmãos , são pioneiros no desenvolvimento I&D , no combate ao TCA com o Sistema Rosa , pode consultar aqui
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